terça-feira, 11 de novembro de 2014

Segunda-feira 20/08/12





       Quarta-feira passada eu fiquei pela terceira vez com a Any. Tudo aconteceu quando fomos liberados mais cedo da aula, e decidimos (eu, Fred e sua namorada Joyce) pegar a condução. Então a Joyce decidiu ligar para a Any, que estava no curso, para nos encontrar no mesmo ônibus, porém não conseguiu contato. Então entramos na condução, e depois de um tempo quando chegamos próximo ao curso da Any meu coração acelerou, eu pude ver o rosto da Any entrando no ônibus, "droga! porcaria de acaso" eu disse. Então o Fred e a Joyce que estavam do outro lado do ônibus me mostraram a garota, como se eu fosse cego e a não tivesse visto.
       Em seguida, ela cumprimentou Fred e Joyce e sentou-se ao meu lado, eu vendo que não iria ter escolha e seria obrigado a ficar, dei um beijo em em sua face e disse para sentar-se do meu lado esquerdo (estava com receio porque o Fred e a Joyce me veriam beijando, então acabei ficando de costas para eles), ela sentou-se e eu perguntei como ela estava, como era o seu curso e que ela estava linda. A beijei, e foi incrível, porque o solavanco do ônibus fazia com que nossos lábios ficassem ainda mais unidos, eu queria tirar sua roupa ali mesmo, senti muito desejo, muita vontade de tê-la (esse beijo fez com que eu desistisse de dizer ao Fred que não queria mais ficar com ela), conversamos mais um pouco e nos beijamos várias vezes.
       Por algumas vezes faltou assunto, mas foram segundos apenas. Chegou a hora das duas descerem e a Any me deu um último beijo. As duas se foram. O Fred sentou-se ao meu lado e estendeu a mão como se estivesse orgulhoso de mim. Fiquei intrigado com uma coisa que a Any disse durante nossa conversa: "A Joyce disse que têm umas meninas na sua sala dando em cima de você" e eu respondi: "São apenas minhas amigas". Eu estava puto comigo mesmo por ter dado satisfação da minha vida para uma ficante que está evidente que quer algo sério, e não estou preparado para ter uma namorada, tudo ainda é muito novo e confuso.
       A mente é uma das partes fundamentais do nosso corpo, porém pode tornar-se a mais perigosa e nociva. Foi ela quem me fez acreditar que sou horrível. Tudo que deixei de fazer e me permitir está ligado a minha concepção acerca da minha aparência, sobre o que as pessoas vão achar de mim, acabei me tornando uma pessoa amarga e solitária. Pena que vim perceber isso agora, espero que ainda seja tempo de correr atrás do tempo perdido. Em breve vou começar um tratamento com uma psicóloga, exitei por um momento, mas existem momentos da nossa vida em que é preciso reconhecer que se precisa de ajuda, aceitar que o problema vem de dentro de si mesmo e que os outros ao redor nada tem a ver, creio que ela possa me ajudar. 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Meu primeiro encontro 02/08/12

      





        Hoje foi um dia totalmente fora da rotina. Ontem eu havia marcado um encontro com o Hiago hoje às 14hrs. Então já acordei bastante ansioso. Umas 12:30 me arrumei, vesti uma camisa polo preta e um jeans escuro. Queria estar apresentável, ainda que não me sentisse atraído pelo Hiago. Fiquei por algum tempo me olhando no espelho na dúvida de estar ou não bonito. Então fui, com a desculpa de que iria a uma consulta médica. Eu e o Hiago estávamos conversando pela net, anunciei que havia chegado ao local combinado (uma biblioteca no centro da cidade), então ele disse a sala que estava. Passei pela recepção e virei à direita, onde atravessei um longo corredor com uma grande porta no final. A medida que eu me aproximava da porta sentia ainda mais ansiedade. Abri a porta e um rosto familiar olhou para mim, era ele, um pouco diferente da foto do perfil. Haviam umas cinco pessoas na sala que estava em um silêncio aterrador.
         Com um sorriso tímido, me dirigi a ele que tinha uma expressão um pouco séria no rosto. Demos um aperto de mãos, ele a apertou tão forte que me deixou surpreso. Ele disse em voz baixa: "Vamos lá para fora?". Fomos, nos cumprimentamos novamente. Trocamos algumas palavras na recepção e decidimos ir a uma praça próxima. Conversamos, demos risadas e aos poucos quebrando o gelo. Eu me sentia bem, ainda que não fosse um encontro amoroso, pois estava sendo a minha primeira oportunidade de trocar experiências com um gay, falando da minha vida sem maquiagem, sem fingimentos. Ele falava de suas experiências, e eu o invejava, queria estar no seu lugar e viver todas aquelas emoções que pareciam tão distantes da minha realidade. Fomos a uma lanchonete e depois nos despedimos. 
       Confesso que esse encontro foi bem diferente do que eu imaginava, sempre fui tão sonhador com relação aos romances gays. Eu imaginava que o meu primeiro encontro fosse com o cara perfeito, no dia perfeito e no lugar perfeito, porém a realidade nos acorda com um balde de água fria a cada sonho e irrealidade imaginada.
          Fiquei feliz, à noite conversamos sobre o encontro na net, até que o Hiago disse que iria dormir, nos despedimos.

Sábado 28/07/12

       Nesse sábado acordei às 8hrs da manhã, tomei banho, e vesti uma roupa legal, embora a farda do curso não fosse das mais legais. Fui para o curso. Chegando lá aguardei na sala de espera como os outros. Fico com um pouco de receio, pois  a maioria das pessoas já se falam como colegas, e eu apenas troco palavras pequenas com um e outro, sempre tive essa dificuldade de interagir com os outros, não sei bem de onde vem isso, mas penso que seja por ser bissexual e por isso ser inseguro, por também ser inseguro na auto estima. Enfim, a aula começou, e tivemos que aturar a professora que vive com o ego nas alturas relatar suas experiências amorosas(até que foi engraçado), eu a admiro por ser gorda e desprovida de beleza e ainda assim ser feliz e contente consigo mesma. Ela pediu que juntássemos em grupos e discutíssemos sobre o assunto do trabalho do próximo sábado. No grupo está o Jonathan que é muito gente boa e têm um jeitinho gay, queria muito tê-lo como amigo.
         A aula acabou acabou às 12hrs e me dirigi ao ponto de ônibus sozinho.Cheguei em casa e fui descansar, afinal nada de bom teria para fazer nesse fim de semana.

Sexta-feira 27/07/12




      Essa semana que passou foi bastante conturbada, meu primo Gilberto veio para cá na sexta-feira passada, então conversamos bastante. Anoiteceu, fomos dormir, na verdade ele foi dormir, fiquei conversando com uns amigos virtuais, com o Vitor em especial que é super gente boa e atraente. Então olhei no relógio e vi que já eram 1:40 da manhã, já era meu aniversário. De repente me veio um misto de tristeza e solidão, uma angústia horrível. Eu estava ficando velho e sentindo que mais um ano da minha adolescência se havia perdido, talvez a responsável por tudo isso seja a minha carência de amizades e de alguém pra ter ao lado. Me olhei no espelho e vi um rosto de expressão triste e sem esperança, sem esperança de encontrar o amor, não que a felicidade de praxe dependa de um outro alguém para se realizar, mas esse outro alguém serve de complemento para nossa completude interior, ao contrário sempre sentimos que ainda falta algo. Fui deitar, com o intuito de sessar o que estava sentindo, fui dormir com o desejo de que ninguém lembrasse do meu aniversário ao amanhecer.
          Amanheceu, levantei e meu primo ainda dormia, fui até a cozinha e fui surpreendido por um abraço da minha mãe e do meu padrasto. Meu primo acordou e também me parabenizou. A manhã seguiu normalmente, como um dia qualquer. Eu e meu primo assistimos séries. Chegou também o filho do meu padrasto,um ano mais novo que eu, ele me parabenizou e perguntou se eu estava completando 17 anos, respondi que sim. A verdade é que eu não quis festa, pois não gosto muito. À noite fomos a pizzaria, foi assim que comemorei meu aniversário sem graça, igual a todos os dias. Eu não pôde ir ao encontro do cara da net por causa das visitas, então ele(Hiago) foi ao encontro de outra pessoa.

Quinta -feira 18/07/12



      Nessa semana conheci um cara bem legal numa rede social, ele se diz gay mas não afeminado. Ele em partes é o oposto de mim, porque é assumido na escola( mas não em casa), tem varios amigos heteros que o entendem. Me disse que os amigos o abraçam, saem com ele e tudo isso sem nenhum preconceito. Como eu o invejo, penso em um dia em que os gays não precisarão mais se camuflar em uma carcaça moldada pela sociedade hipócrita a qual estamos mergulhados, um dia em que heteros em sua totalidade conviva em harmônia com os homossexuais, um dia em que as pessoas que dizem terem Deus no coração o compreendam e percebam que a salvação é individual e que um dos princípios de Deus é amar ao próximo como a si mesmo.

Férias

      Nessa semana entrei de férias, fiquei um pouco triste quando todos se abraçaram em despedida. Abracei as meninas e apertei a mão dos caras. O que mais temo é que volte a sentir tudo que sentia no começo do ano, me sentia sozinho, e acho que quase em depressão, mas talvez isso aconteceu porque passei muito tempo longe da escola, quase quatro meses, e agora serão apenas dez dias. Espero sobreviver.
Arraiá da Escola

     Sábado que vem é o arraiá da escola, estou muito tenso pois a menina que fiquei quer ficar comigo novamente nesta festa, ela estuda à tarde( graças a Deus), eu não sei dizer "não" e tenho vergonha, então aceitei.
      O dia do arraiá chegou, pensei que devia estar bonito, então fui a caráter. Vesti um jeans, tênis, camisa e uma outra camisa xadrez por cima. Chegando na escola, eu e meu amigo Fred, ficamos na entrada da escola mesmo, esperando a namorada dele chegar e junto com ela a Any(a garota que fiquei), elas duas são muito amigas. Depois de uns 10 minutos chegaram e eu como estava um pouco longe fingi que não a vi, a namorada do Fred veio em nossa direção e nos cumprimentou, enquanto a Any ficou onde estava falando com outras pessoas. Então eu, o Fred e o Alessandro(outro amigo), fomos à casa de um outro amigo que mora próximo a escola. Quando voltamos pra escola sentamos e tinha muita gente, muita gente bonita. O Fred então disse: "Vou ligar pra tua gata, pra saber onde ela está". Eu gelei, onde eu iria ficar com aquela garota? naquele lugar lotado de pessoas, sem contar no fato de eu não saber o que conversar com ela. Eu estava rezando para chegar a hora de ir embora, porque não me sinto bem em lugares lotados. Ele foi procurar ela já que não conseguia falar por telefone. Enquanto isso, fiquei sentado conversando com os amigos, na ânsia de saber o que fazer.
      Fred retornou e nada disse, também não perguntei, achei melhor deixar quieto. A diretora coneçou a falar umas bobagens no microfone, começou o desfile de moda reciclável. Foi aí que aconteceu o que eu temia, o Fred avistou a Any de longe e a chamou. Droga! Há minutos atrás eu tinha dito a ele que iria embora mais cedo porque não me sentia bem(mentira), e que não ficaria com ela. Ela veio em nossa direção. Eu a cumprimentei com beijos na face e de forma que até agora desconheço, peguei em sua mão e a levei para o fundo da escola, ouvi vozes como "ahh moleque".
      Eu estava muito nervoso, mas me contive. Eu disse a ela: "Não vai dar de a gente ficar por muito tempo, porque tenho que ir embora, não estou muito bem". Sentamos e conversamos algumas bobagens, e eu a beijei. Ficamos ali por uns quinze a vinte minutos, eu disse que precisava ir. Nos despedimos. O Fred perguntou: "E aí, ficou?", respondi que sim. Ele começou a me elogiar, affz me senti com a sensação de dever cumprido.
      Apos algum tempo, Fred e a namorada foram pra casa. Eu e o Alessandro também resolvemos ir. Mas antes vi a menina por qual sinto atração, Tainá, ela estava muito sexy. Nos abraçamos e fui embora. Chegando no ponto de ônibus, o Alessandro foi para outra direção. No banco do ponto de ônibus, estava sentado um cara pelo qual sinto atração, vestia uma camisa xadrez três quartos, jeans e tênis, muito estiloso. Fiquei em pé ao seu lado, já o tinha visto na escola, cursa o 1º ano, enquanto curso o 2º. Então não sei o que me deu, devo ter perdido a noção do ridículo, tentando puxar conversa perguntei: "O ônibus tal ja passou?", ele respondeu: "Sim, mas ele passa o tempo todo". Eu muito nervoso disse: "Até que a festa esyava boa ne?", ele respondeu: "Estava sim, mas esperava mais atrações". Então o assunto morreu, ficou ainda mais dificil conversarmos quando dois amigos dele chegaram, porém fiquei feliz por pelo omenos ouvir sua voz e ele saber que existo. Ouvindo a conversa deles percebi que ele parecia bem hetero, mas uma decepção a mais não faz diferença na vida de um gay não é mesmo, entrei na condução e fui embora.